segunda-feira, 22 de outubro de 2007

PARA ATRAVESSAR CONTIGO O DESERTO DO MUNDO
Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei

Por ti meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso

Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo

Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento

Sophia de Mello Breyner Andresen

sábado, 6 de outubro de 2007


Quero-te e não te tenho, busco mas não te encontro... Que raio de vida!
Feita de desencontros, em que sofro todos os dias por não te ter nos meus braços...
Não quero sentir isto, não quero voltar a sofrer...
Hoje é um dia para esquecer, sinto-te cada vez mais distante, já para não falar na distancia...
Por favor não vás, não faças tudo isto de novo... Não sei se aguento isto novamente...


Suemax

quinta-feira, 4 de outubro de 2007


Ouvir a tua voz me fortalece e me mata.
Vivendo entre dias e noites vagueando na saudade.
Fortalecida por tu existires e enfraquecida por estares tão longe.
Sonho contigo de olhos abertos enquanto toda a gente dorme, mas fecho-os para tentar te tocar; sinto o cheiro do teu perfume e um leve beijo em meu rosto acompanhado da tua voz sussurrando ao meu ouvido :
Dorme meu anjo, assim o tempo passa mais depressa...


Suemax

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Adopção dos Animais

Não somos nenhuma associação.. o nosso objectivo é divulgar os apelos de quem precisa urgentemente de ajuda.


http://adopcaodosanimais.blogs.sapo.pt/

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Pra Ti...




Nesta longa amargura de imaginar q talvez te tenha perdido para sempre apesar de ter a tua sincera amizade dou por mim a imaginar como seria tar contigo lado a lado trocar carinhos e afectos.
Por vezes choro quando penso que te fiz sofrer tu q não merecias por nada deste mundo passar por isto
Foste, és e serás sempre uma pessoa especial na minha vida por tudo q passamos sentimos e desejamos...
A maldita da distancia sempre condicionou um pouco o nosso modo de estar.
desculpa se estas palavras poderão parecer confusas mas sinto-me com falta de inspiração
Sue és especial...
Beijo grande

Permissão

Abre as portas do teu mundo,
As tuas janelas de par em par,
Nem que seja por um segundo
Dá-me permissão para entrar.

Abre-me o teu pensamento,
Dá-me espaço no teu olhar,
Deixa-me por um momento
Os teus sonhos povoar.
Abre um sorriso nos lábios,
Cada vez que no teu lembrar,
Esqueces conselhos sábios,
És tentada a pecar.
Coloca-me nas tuas estantes,
Como se fosse um troféu,
Deixa-me pensar por instantes
Que além de mim só o céu.
Deixa-me entrar em alegria,
E aninhar-me ao teu colo,
Nem que seja por um dia
Quero ser creme do teu bolo.
Abre-me a tua vida,
Escancara o coração,
Recebe-me esbaforida,
Entrega-me a tua paixão.
Tudo o que alcance o olhar,
No teu horizonte visual
Te peça para eu entrar
No teu espaço carnal.
Abre-te de corpo e alma,
Entrega-te a mim totalmente,
Encontra em mim a calma
Da tempestade iminente.
Não te feches de repente,
Abre-te sem vacilar,
Nem que seja eternamente
Dá-me permissão de te amar.

Christian de La Sallette

Falamos Depois.....


o que se segue nao é a letra da musica


Hoje não se me dá para a poesia!...

Nem sei que seja
Esta lassidão nos gestos repousada
Criando um breve lapso no espaço
Que, furtivo, me atravessa em pensamento profano
Fatal
Claro
Mortal ao momento breve em que me sidero
Azulado de sagrado
Celeste de iludido

Vem a mim, funesto e terrível!
Dá-me luz ao coração de trevas
Estende-me o cálice que encherei até aos bordos
Dos indizíveis venenos

Dá-me espaço e ar
E luz, outra vez,
Luz
Que eu quero muita e de todas as cores!

Dá-me ardores,
Amores que eu quero
Dá-me as dores
Que terei nestas minhas mãos sagradas
Que profanam esse corpo inventado
Em cada dia

...

Não,
Hoje não se me dá para a poesia!

sábado, 28 de julho de 2007




Where Is My Mind???

Ooh, stop.

With your feet on the air and your head on the ground,
Try this trick and spin it, (yeah) yeah,
Your head will collapse but there’s nothing in it,
And you’ll ask yourself:
“Where is my mind?” x3

Way out in the water,
See it swimming?

I was swimming in the Caribbean,
Animals were hiding behind the rocks,
Except the little fish,
But they told me this is where it’s gonna talk to me honeybunny:
“Where is my mind?” x3

Way out in the water,
See it swimming?

With your feet on the air and your head on the ground,
Try this trick and spin it, yeah,
Your head will collapse but there’s nothing in it,
And you’ll ask yourself:
“Where is my mind?”

Way out in the water,
See it swimming?


sexta-feira, 25 de maio de 2007

Rotina

Mude, mas comece devagar, porque a direcção é mais importante que a velocidade.
Sente-se numa outra cadeira, do outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde passa.
Apanhe outros autocarros.
Mude por uns tempos o seu estilo de vestir.
Dê os seus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama... depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de TV, compre outros jornais... leia outros livros, viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas sabores.
Tente o novo todo dia.
O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida.
Tente.
Procure novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, beba uma outra bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outra pasta de dentes...
Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear noutros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue fora os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta noutro banco.
Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só.
Pense seriamente em arranjar outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais suave, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se não encontrar razões para ser livre, invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda!
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Adolfo Luxúria Canibal-Biografia

Adolfo Luxúria Canibal nasceu em Luanda, Angola. Cresceu entre Vieira do Minho e Braga e em 1978 migrou para Lisboa, cursar Direito. Viveu em Lisboa até 1999, onde exerceu a advocacia e a consultoria jurídica. Mudou-se depois para Paris onde praticou diversos misteres, como tradutor, actor de figuração, gerente comercial, jornalista, cronista, voz para telemóveis, estudos de mercado, crítico musical ou gestor liquidatário de sociedades cinematográficas.

No final de 2004 regressou a Braga e à consultoria jurídica.

Fundador, letrista e vocalista do grupo Mão Morta, desde 1984, depois de ter fundado e exercido igual função nos grupos Bang-Bang (1981), Auaufeiomau (1981-1984) e PVT Industrial (1984).

Desde 2000 passou a integrar o grupo francês Mécanosphère, como vocalista. Participou como actor nos filmes "Gel Fatal" (1996), de António Ferreira, e "O Dragão de Fumo" (1998), de José Carlos de Oliveira. Autor de espectáculos de spoken word, a solo (1999) ou com António Rafael (desde 2004). Editou os livros "Rock & Roll" e "Estilhaços" e escreveu o prefácio para uma edição de "Os Cantos de Maldoror", do Conde de Lautrèamont. Traduziu Heiner Müller (1997) e Vladimir Maiakovski (2006). Encenou e participou como actor em performances e espectáculos multimédia como "Rococó, Faz o Galo" (1983), "Dos Gatos Brancos que Jazem Mortos na Berma do Caminho de Ferro" (1983), "Labiu e a Pulga Amestrada" (1984) e "Müller no Hotel Hessischer Hof" (1997). Participou como vocalista ou letrista em diversos discos e espectáculos de mais de uma dezena de grupos e artistas portugueses e estrangeiros, como Pop Dell'Arte, Clã, Moonspell, WrayGunn, Houdini Blues, Pat Kay & The Gajos ou Steve McKay. Participou como letrista num grupo recente conhecido como "Mundo Cão"

Foi considerado, em 2003, pelo semanário "Expresso", como uma das cinquenta personalidades vivas mais importantes da cultura portuguesa.

UMA MÃE ESPECIAL

Aprendi a conhecer uma mãe
uma mulher sem limites de amar
uma filha-mãe incansável tal
que já nem sabe se é filha ou mãe!

Uma mãe-irmã sempre atenta
negando o cansaço lategante
a fazer da vida um ato de amor
e do servir um acto constante

Uma mãe-mãe compreensiva
a carregar o fardo sem reclamar
e se por vezes se faz intempestiva
é tão somente por pelo zêlo de amar

Uma mãe-avó sempre presente
ainda que a dor precise esconder
que oculta as lágrimas, silente
quando mais não pode fazer

E se o cansaço atinge o limite
respira fundo e segue adiante
no incansável afã persiste
qual anjo-mulher a cada instante.

Esse ser adentrou minha vida
todo cheio de zêlo e cuidados
se tornou minha prenda querida
me fazendo assim abençoado.

Nestas mal traçadas linhas
numa mistura de letras e versos
agradeço a sua presença viva
a Deus, senhor do universo

ALEGRIA DE VIVER


Alegria de viver, que coisa mais linda,algo que nos faz bem,nos dá uma felicidade infinda...faz bem à alma e ao corpo também.

A vida sempre é bela,para quem vive feliz,a vida sempre é bela,está bem quem o diz.
A alegria de viver está na alma,é uma sensação de felicidade,que sempre nos acalma,e nos dá tranqüilidade.
Sabiamente já se dizia que a felicidade pode ser sempre encontrada,não tem credo, cor, nem idade,e tam pouco deve ser procurada.
A felicidade está na nossa frente,só depende, essa é a verdade,de que realmente, minha gente,seja essa a nossa vontade.
A felicidade está no amor,está na paz, está na amizade,devemos sempre ter n'alma o calordo amor, e assim, a felicidade.
A felicidade encontramos,ao sentirmos toda essa ternura,quando juntos estamos,vivendo esta aventura...

sábado, 5 de maio de 2007

A Maçã de Eva


adaoeeva
Se há por aí história mal contada é aquela de Adão e Eva no paraíso. Senão vejamos: Deus cria o Homem (entre outras coisas) e manda-o para o paraíso. Isto já de si é suspeito. Porque não o mandou para outro sítio qualquer? Porque não o mandou à merda? Nunca saberemos, mas o que é certo é que o Homem lá foi diligentemente para aquilo que Deus convencionou por paraíso. Na realidade era um pardieiro vazio, sem interesse nenhum e completamente despovoado. Não fossem umas arvorezinhas aqui e ali e assemelhar-se-ia ao Alentejo profundo. Diz a história que Adão, farto de contar as árvores, que nem eram tantas como isso, meteu um requerimento a Deus para lhe arranjar companhia. Distraidamente Deus mandou-lhe uma ovelha e rapidamente descobriu o significado da contranatura. Decidiu então fazer um truque com uma costela de Adão, criando dali uma companheira para o entediado mamífero. Chamou-lhe de Eva.
Ainda hoje a ciência tenta perceber que conhecimentos de genética o gajo tinha para fazer um truque daqueles.
A questão das roupas é insidiosa… se os gajos estão no paraíso porque diabo têm que usar parras a tapar-lhes a genitália? Armani e Prada seriam mais plausíveis, bolas! Afinal de contas que paraíso era aquele??
Depois vem outra parte incongruente: aquela em que Deus, num lampejo de autoridade tipo «quem manda aqui sou eu e vou inventar uma merda para vos deixar a matutar» decide embirrar com as maçãs e proibir Adão e Eva de as comer. Qual é o problema das laranjas? E das papaias? Porque não proibir as bananas? Ou toda a gama de frutos secos? É só incongruências…
Chegamos então à parte da cobra que falava. Tudo bem. Eu até ter ouvido as declarações de Fátima Felgueiras, achava que as cobras não falavam, portanto isto até faz algum sentido no meio desta trapalhada toda. Mas a questão é que a cobra de Adão e Eva demonstra uma obsessão voyeurística qualquer por maçãs. Gosta de as ver serem comidas. Há gostos para tudo…
Finalmente os gajos comem a maçã e Deus aparece para os expulsar do paraíso e não se fala mais nisso. Porquê? A história acaba aqui porquê? E a vida porca que eles levaram depois, com a obsessão insidiosa que Adão desenvolveu por ovelhas? Nem Sócrates contava tão mal uma história destas…


desabafo da Maquina

Uma percepção invade-me sempre a minha mente, aparentemente eterna sorvedoura de material de pensamento, sempre intrigada com possibilidades e receios, oportunidades e loucuras. Como separar o trigo do joio? Será a visão do todo separada da minha visão pessoal irremediavelmente? Deverei evitar qualquer discernimento sobre o mundo? Concentrar-me sobre o "inner-self", este mundo tão "belo", numa orgia masturbatória que se escape às diatribes conspiracionistas de outro modo inevitáveis?

Pergunto-me. Será o mundo intocável, impenetrável, diferentes cubos para diferentes pessoas, a cada um a sua lógica pessoal? A cada um a sua liberdade? E para quê esta liberdade toda? Qual a sua função? O que nos permite ela fazer? Foder a vizinha sem preocupações posteriores?!?
E se a cada um a sua vida, restar-nos-á apenas as nossas memórias da infância inexistente como literatura possível? A máxima tolerância pelo outro acoplada à mínima atenção, reconhecimento da verdade do outro?

Existirá a verdade? Como separar a teoria mais realista e confiável da pura especulação conspiracionista? Pensem um pouco nisto. Sempre se vê a lição do Pedro e do Lobo como uma questão moral que se impôe ao Pedro, mas ninguém se pergunta sobre a lição que a sua aldeia não retirou: como discernir entre a partida e o relato desesperado?

Será a visão de Einstein e de Darwin assim tão "verdadeira" como isso, o que as separa da ficção?!?

Vejamos a sociedade por este prisma. Pedros não nos faltam, acossando-nos constantemente sobre os perigos iminentes, escândalos políticos ou judiciais, fraudes gigantescas, big brothers mundiais que nos controlam e escravizam, um planeta inteiro engrenado na auto-destruição.

Como não poderia a enorme aldeia das massas se alienar com tanto barulho? Tanta idiotice à volta de um "problema grave de saúde pública" como o aborto, quando morrem por dia tantas mulheres em acidentes de automóvel como por ano por causa do aborto?
Problema de saúde pública? Tão problema como a Gripe das Aves, que é A doença menos mortífera do mundo alguma vez conhecida (e vejam a mediatização...)

Tanta idiotice à volta do caso Camarate, Casa-Pia, Apito-Dourado, raptos ou adopções de sargentos bem intencionados?!?

Tudo isto enquanto há guerra? (e onde o referendo sobre a nossa participação na invasão?) Tudo isto enquanto há milhões de pessoas a morrer por falta de condições? (Lá vem ele!) É verdade, porra. E o que fazemos nós? Que mundo desejamos, desejamos, construir? Palavra chave: desejamos... Desejamos ainda seja o que fôr?

(Who cares?)

Como não poderia a enorme aldeia das massas gostar tanto de futebol, de vinho, de sexo e noites para esquecer?

sexta-feira, 4 de maio de 2007

A Morte Absoluta....

Morrer.
Morrer de corpo e alma.
Completamente.

Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão — felizes! — num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.

Morrer sem deixar porventura uma alma errante…
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?

Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança duma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento.
Em nenhuma epiderme.

Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: “Quem foi?...”

Morrer mais completamente ainda,
— Sem deixar sequer esse nome.


Manuel Bandeira, Lira dos Cinquent’anos (1940)

O Poema...

Gadamer:
“O poema é dominado por um forte contraste. A neve, que torna tudo uniforme e frio mas que igualmente acalma, não é somente recebida aqui, ela também é saudada. Pois o verão, que permanece atrás daquele que fala, pelo visto foi dificilmente suportado na profusão de sua atividade, de seu desabrochar e desdobrar-se. Certamente não se trata de um verão real, tampouco o Tu que é interpelado significa o inverno ou oferece neve real. Certamente houve um tempo de profusão, contra o qual a esterilidade do inverno atua como um alívio. (…) Além do mais, deve-se atentar para o que significa o ’sempre’. A ênfase em um caminho repetido sugere que a esperança do caminhante, daquele que continua sempre a andar, nunca é realizada. Essa esperança seria a de ser acompanhado pela amoreira da vida ainda que uma única vez, calma e silenciosamente. Porém, haverá sempre um novo rebento, exigente como o grito do recém-nascido sedento, não permitindo qualquer tranquilidade. (…) Quem poderá definir o que está em jogo entre desejo e renúncia, entre verão e inverno, vida e morte, grito e tranquilidade, palavra e silêncio? O que estes versos expressam é a disposição para aceitar esse outro, seja ele o que for. Assim, parece-me, por fim, inteiramente possível ler essa disposição diretamente como disposição para a morte, como aceitação do último e mais extremo contraste com o excesso da vida. (…) Perguntamos novamente: o que significa ‘neve’ aqui? Seria uma alusão à experiência de fazer poesia? Seria talvez a palavra do próprio poema que se enuncia à medida que, em sua discrição, garante o silêncio do inverno, oferecido como uma dádiva? Ou será que ela significa, e é, para todos nós, aquele ser silencioso depois de um excesso de palavras, que todos conhecemos e que pode aparecer para todos nós como um alívio verdadeiro? A questão não é para ser respondida. A distinção entre mim e você, entre o Eu do poeta e todos nós, a quem seu poema alcança, falha. O poema diz ao poeta, assim como a todos nós, que o silêncio é bem-vindo. (…).”

Além da abordagem de temas que me interessam, a interpretação de Gadamer me atrai justamente porque abre mais um espaço para o silêncio ao dizer que algumas questões importantes não precisam ser respondidas, o que, por si só, já reduz a opressão da ‘normalidade’ cotidiana de palavras, frases, respostas, certezas.

A noite desce...

Como pálpebras roxas que tombassem
Sobre uns olhos cansados, carinhosas,
A noite desce... Ah! doces mãos piedosas
Que os meus olhos tristíssimos fechassem!

Assim mãos de bondade me embalassem!
Assim me adormecessem, caridosas,
E em braçadas de lírios e mimosas,
No crepúsculo que desce me enterrassem!

A noite em sombra e fumo se desfaz...
Perfume de baunilha ou de lilás,
A noite põe-me embriagada, louca!

E a noite voi descendo, muda e calma...
Meu doce Amor, tu beijas a minhalma
Beijando nesta hora a minha boca!

domingo, 29 de abril de 2007

Para Se Deliciarem...

FC Porto - Hino (Amélia Canossas)
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(2.3mb)

Ó meu porto onde a eterna mocidade
Diz a gente o que é ser nobre e leal
Teu pendão leva o escudo da cidade
Que na história deu o nome a Portugal

Oh Campeão do meu passado
É o livro d'honras de vitórias sem igual
O teu brasão abençoado
Tem no meu porto mais um arco triunfal
PORTO PORTO PORTO PORTO PORTO PORTO

Quando alguem se atrever a sofucar
Ogrito audaz da tua ardente voz
Oohh porto então verás vibrar
A multidão num grito só de todos nos!

Oh Campeão do meu passado
É o livro d'honras de vitórias sem igual
O teu brasão abençoado
Tem no meu porto mais um arco triunfal
PORTO PORTO PORTO PORTO PORTO PORTO

Sem Duvidas....

Clube

O Futebol Clube do Porto é o melhor clube português da actualidade e o que goza de maior prestígio a nível internacional, fruto dos muitos sucessos nas últimas três décadas, levando assim aos quatro cantos do mundo o nome da cidade e do país que representa. Conquistas conseguidas com muito esforço, suor e dedicação: a verdadeira força do Dragão.

F. C. Porto comemora o título da época 1936/1937 na Avenida dos AliadosBastião da cidade do Porto, Norte de Portugal e de todo o país que nega a velha máxima "Portugal é Lisboa e o resto é paisagem", o F. C. Porto sempre lutou contra o centralismo que (infelizmente ainda) existe neste país e que contribui para que continuemos a ser um dos países mais atrasados da União Europeia.

Na era pós 25 de Abril, o F. C. Porto é sem dúvida o clube mais ganhador e aquele que mais cresceu. Não era por acaso que o sucesso e a sorte bafejavam aos clubes de Lisboa durante a ditadura, altura em que dividiam os campeonatos entre si ficando o F. C. Porto (e os outro clubes) afastados do pódio ou a terem de esforçar-se dez vezes mais para conseguir vencer. Todo o poder do futebol era gerido de (e para) Lisboa e as ajudas do "Estado Novo" davam o empurrão para que o povo ficasse feliz com a vitória dos clubes da capital, as quais continuavam a alimentar o "Fado, Futebol e Fátima" de Salazar. Ainda hoje esse estigma se reflecte na nossa sociedade, na comunicação social e em particular no futebol, sendo Portugal dos poucos países onde a população das suas cidades prefere apoiar um clube da capital do que o clube da sua própria cidade/região perdendo-se assim os valores e identidade próprias de cada região de Portugal (excepção feita à cidade do Porto e Guimarães).

Queria deixar o meu sincero agradecimento a todos os atletas, dirigentes e adeptos que dedicaram a sua vida a este grande clube desde a sua fundação, muitas vezes em condições difíceis e de desvantagem, que sofreram e vibraram pelo azul e branco mas acreditaram sempre que podíamos chegar ao topo. A eles só posso prometer que iremos continuar a acreditar que é possível ir ainda mais alto e que tudo faremos para o conseguir, tal como outros antes o fizeram.

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Evolução do emblema do F. C. PortoEmblema

O emblema original do Futebol Clube do Porto era uma bola de futebol azul com as iniciais "F.C.P.".

Anos mais tarde, em 1922, Simplício (alcunha de Augusto Baptista Ferreira, jogador do clube) criou o emblema tal como o conhecemos hoje, juntando à bola de futebol as armas da cidade do Porto (a cidade e o futebol juntos) e que anos mais tarde iria tornar-se famoso por todo o mundo.

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Hino do Clube

Cantado pela a inesquecível Maria Amélia Canossas, o hino do clube retrata bem o espírito, a força do clube e a sua forte ligação com a cidade e o país.

«Ó meu porto onde a eterna mocidade
Diz a gente o que é ser nobre e leal
Teu pendão leva o escudo da cidade
Que na história deu o nome a Portugal

Oh Campeão, o teu passado
É um livro d'honras de vitórias sem igual
O teu brasão abençoado
Tem no teu porto mais um arco triunfal
PORTO PORTO PORTO PORTO PORTO PORTO

Quando alguém se atrever a sofucar
O grito audaz da tua ardente voz
Oohh porto então verás vibrar
A multidão num grito só de todos nós!

Oh Campeão, o teu passado
É um livro d'honras de vitórias sem igual
O teu brasão abençoado
Tem no meu porto mais um arco triunfal
PORTO PORTO PORTO PORTO PORTO PORTO»


Faça Download do Hino.
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Equipamento

Equipamento 2005/2006O equipamento do F. C. Porto é constituido por camisola com listas verticais azuis e brancas e calções azuis. Podendo variar de época para época consoante o design apresentado pela empresa patrocinadora, actualmente a Nike, marca que patrocina as maiores equipas europeias.

Estatutos do Futebol Clube do Porto sobre o equipamento:

«Artº 10º-O equipamento para as modalidades desportivas é constituído por camisolas com listas verticais azuis e brancas,cada uma com cerca de oito centímetros de largura,e calção azul-celeste.
Parágrafo único-Quando por imposição regulamentar de qualquer prova ou outro motivo justificável,for necessário mudar de tipo estabelecido no corpo do artigo,deve adoptar-se outro equipamento com uma ou ambas as cores,sendo obrigatório o uso das iniciais "F.C.P.", ou do distintivo ou da designação "Porto".»


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Estádio

Estádio do DragãoActualmente o F. C. Porto joga no Estádio do Dragão.
Com uma lotação de 50.948 lugares sentados e com a melhor média de assistências do país, é considerado um dos melhores estádios da Europa sendo catalogado com o Grau A pela UEFA. A inauguração ocorreu em Novembro de 2003, frente ao Barcelona. Apesar da sua curta existência, já viveu grandes momentos de glória como as vitórias frente ao Manchester United, Chelsea ou Barcelona.

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Modalidades

F. C. Porto: Tetra Campeão de Hóquei em PatinsApesar de a principal modalidade ser o futebol, o F. C. Porto mantém-se como um clube ecléctico mantendo em actividade muitas modalidades amadoras e profissionais, disputando em muitas delas os lugares de topo tanto a nível nacional como internacional.

Principais modalidades: Andebol, Hóquei em Patins, Basquetebol, Bilhar, Atletismo, Boxe, Karaté.

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Panorama Internacional

Presença constante nas fases finais das principais competições europeias, nomeadamente a Liga dos Campeões, o F. C. Porto ganhou o reconhecimento de toda a Europa.

O F. C. Porto é membro fundador do G-14 que reúne os mais importantes clubes da EuropaNão foi por acaso que quando os clubes mais importantes do velho continente se quiseram juntar para reinvidicar os seus direitos à UEFA convidaram o melhor clube português: o Futebol Clube do Porto, formando assim o G-14 do qual é membro fundador juntamente com clubes como o Real Madrid, AC Milão, Manchester, Barcelona ou Juventus.

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Massa Associativa

O Futebol Clube do Porto orgulha-se de pertencer à cidade que lhe deu o nome, mas os seus adeptos não se limitam aos portuenses. Um pouco por todo o país vai ganhando adeptos em todos aqueles que se revêem na cultura e mística do clube e naquilo que representa.

Actualmente existem cerca de 95 mil associados activos (sócios pagantes). Dados da última renumeração em 2005.

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Presidente

Pinto da Costa comemora o pentacampeonato, feito único no futebol portuguêsO actual presidente do clube e principal responsável pelas últimas décadas de glória é Jorge Nuno Pinto da Costa.

Respeitado pelos portistas e temido pelos adversários, Pinto da Costa foi o responsável pela "libertação" e crescimento do grande Futebol Clube do Porto actual. Levantou a voz contra as situações que teimavam em empurrar o clube para a segunda linha e lutou contra tudo e tudos pelo seu clube do coração.

Passadas mais de duas décadas de presidência, os resultados estão à vista de todos: 14 Campeonatos Nacionais, 9 Taças de Portugal, 14 Supertaças, 2 Taças dos Campeões Europeus, 1 Supertaça Europeia, 2 Taças Intercontinentais, 1 Taça UEFA.

Isto sem falar nos escalões juvenis e nas outras modalidades como o Hóquei em Patins ou Andebol, onde o F. C. Porto ganhou muitos troféus durante a sua presidência.

Por tudo isto e pela dedicação que sempre teve para com o clube só é possível uma palavra: OBRIGADO Sr. Presidente por tornar-nos no melhor clube português, provando que com trabalho, força e determinação conseguem-se cumprir todos os sonhos.



Foi em Rodeo, California, que os amigos de infância Billie Joe Armstrong e Mike Dirnt resolveram montar sua primeira banda. Com apenas 14 anos de idade, formaram o Sweet Children, Billie assumindo vocais e guitarra e Mike o baixo e também vocais. Em 1989 o grupo arrumou um baterista, John Alan Kiffmeyer, e lançaram um EP com o mesmo nome da banda. Já no segundo EP, também independente, chamado “1000 hours”, o nome definitivo: Green Day.

Com o sucesso que o grupo fazia entre o público jovem que gostava de bom rock, logo veio um contrato com uma gravadora independente local, onde lançaram mais dois EPs, que mais parte fariam parte do primeiro álbum, “Smoothed Out Slappy Hours”, de 1990. Foi logo após o lançamento deste CD que o baterista Kiffmeyer deixou a banda, alegando que desejava continuar os estudos e que a agenda cada vez mais intensa da banda o estaria atrapalhando. Foi quando Tré Cool, que inclusive havia sido professor do baterista anterior, entrou para a banda.

O segundo álbum da banda, “Kerplunk”, consolidou ainda mais o sucesso do Green Day, em 1991, o que acabou chamando a atenção das grandes gravadoras e a conseqüente assinatura de um contrato com a Reprise Records. Lançaram “Dookie”e estouraram com o single “Longview”. Em 1995 lançam seu quarto álbum, “Insomniac”, que entrou nas paradas já em segundo lugar e vendeu mais de dois milhões de cópias.

Foi em meio a esse grande sucesso que aconteceu o inesperado: em meio a uma turnê, na primavera americana de 1996, a banda cancelou todos os shows restantes alegando cansaço e esgotamento. O que parecia uma leve interrupção acabou virando um intervalo de aproximadamente um ano e meio, que a banda usou para descansar e compor muito, tendo como resultado o álbum “Ninrod”, considerado por muitos o melhor do Green Day e aquele que contém seu hit mais popular, “Time of your life”.

sábado, 28 de abril de 2007

Somos nós....

Definitivamente fantástico e verdadeiro.....


Artigo de Nuno Markl - para a geração que hoje anda perto dos 30

Leiam que é genial e assustador!!!

A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida. E está
perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram os que hoje
rondam os trinta. O grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando
lhe falei no Tom Sawyer. "Quem? ", perguntou ele. Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer! Meu Deus... Como é que ele consegue viver com ele mesmo? A própria música: "Tu que andas sempre descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a
passear, Tom Sawyer, mil amigos deixarás, aqui e além... " era para ele como
o hino senegalês cantado em mandarim.

Claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não
conhece outros ícones da juventude de outrora. O D'Artacão, esse herói
canídeo, que estava apaixonado por uma caniche; Sebastien et le Soleil,
combatendo os terríveis Olmecs; Galáctica, que acalentava os sonhos dos
jovens, com as suas naves triangulares; O Automan, com o seu Lamborghini que

dava curvas a noventa graus; O mítico Homem da Atlântida, com o Patrick
Duffy e as suas membranas no meio dos dedos; A Super-Mulher, heroína que nos
prendia à televisão só para a ver mudar de roupa (era às voltas,
lembram-se?); O Barco do Amor, que apesar de agora reposto na Sic Radical,
não é a mesma coisa. Naquela altura era actual...
E para acabar a lista, a mais clássica de todas as séries, e que marcou mais
gente numa só geração: O Verão Azul. Ora bem, quem não conhece o Verão Azul
merece morrer. Quem não chorou com a morte do velho Shanquete, não merece o
ar que respira. Quem, meu Deus, não sabe assobiar a música do genérico, não
anda cá a fazer nada.

Depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não passaram,

o que os torna fracos: Ele nunca subiu a uma árvore! E pior, nunca caiu de
uma. É um mole. Ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser
duplo de cinema. Ele não se transformava num super-herói quando brincava com

os amigos. Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos
nas obras e que depois personalizávamos. Aliás, para ele é inconcebível que
se vá a uma obra. Ele nunca roubou chocolates no Pingo-Doce. O Bate-pé para
ele é marcar o ritmo de uma canção.

Confesso, senti-me velho...

Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador. Tudo bem,
por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em
que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à
toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft.
Óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas, nunca
andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros. Hoje, se um
miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e a fazer
exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa a fazer
tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído. Doenças com nomes
tipo "Moleculum infanticus", que não existiam antigamente.

No meu tempo, se um gajo dava um malho muitas vezes chamado de "terno" nem
via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra
espalhada por cima não estancasse.

Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas,
porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos.
Um gajo na altura aprendia a viver com o perigo. Havia uma hipótese real de
se entrar na droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos
tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia
para ir para a praia.
E sabíamos viver com isso.
Não estamos cá? Não somos até a geração que possivelmente atinge objectivos
maiores com menos idade?
E ainda nos chamavam geração "rasca"...

Nós éramos mais a geração "à rasca", isso sim. Sempre à rasca de dinheiro,
sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na
universidade, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o
carro.
Agora não falta nada aos putos.

Eu, para ter um mísero Spectrum 48K, tive que pedir à família toda para se
juntar e para servir de presente de anos e Natal, tudo junto.
Hoje, ele é Playstation, PC, telemóvel, portátil, Gameboy, tudo.

Claro, pede-se a um chavalo de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e ele
pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de RAM tem aquela
versão da bicicleta.

Com tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu que

8 em cada dez putos sejam cromos.

Antes, só havia um cromo por turma. Era o totó de óculos, que levava porrada
de todos, que não podia jogar à bola e que não tinha namoradas.

É certo que depois veio a ser líder de algum partido, ou gerente de alguma
empresa de computadores, mas não curtiu nada.

Hoje, se um puto é normal, ou seja, não tem óculos, nem aparelho nos dentes,
as miúdas andam atrás dele, anda de bicicleta e fica na rua até às dez da
noite, os outros são proibidos de se dar com ele.

A nossa era...

Foi assim q tudo começou...

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Hoje em dia vivemos esta liberdade intelectual e fisica graças às nossas Forças Armadas q com coragem e determinaçao derrubaram esse regime de ditadura sofucante e opressora..



«Daqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas: as Forças Armadas Portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas nas quais se devem conservar com a máxima calma. Esperamos, sinceramente, que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal, para o que apelamos para o bom-senso dos comandos das forças militarizadas, no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário só poderia conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo. Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica esperando a sua ocorrência aos hospitais a fim de prestar eventual colaboração que se deseja sinceramente desnecessária.»



sábado, 3 de março de 2007

Ontem foi um dia negro na minha existencia. Deixei para tras dois anos da minha vida em Beja
onde deixei pessoas q me tocaram no coraçao tanto amigos como amores...
Apesar de ser uma coisa q eu queria, vir para perto de casa, foi no entanto uma sensaçao dolorosa deixada para tras
houve pessoas q me marcaram de quem nao me esquecerei tudo em momentos bons. espero q nao tenha sido um ate sempre mas um ate já.
obrigado a todos os quantos me ajudaram nestes dois anos q passei lá e essas pessoas sabem bem q tou a falar delas queria fazer mençao a dois nomes só ( Paulo e Miguel) e os outros q me desculpem mas estes dois foram muito importantes para mim....um abraço para todos e ate ja

Profundo e silencioso

Tu disseste: "Quero saborear o infinito"

Eu disse: "A frescura das macas matinais
revela-nos segredos insondaveis"

Tu disseste: "Sentir a aragem que balanca os dependurados"

Eu disse: "É o medo que nos vem acariciar"

Tu disseste: "Eu também ja tive medo. muito medo;
recusava-me a abrir a janela, a transpor o limiar da porta"

Eu disse: "Acabamos a gostar do medo,
do arrepio que nos suspende a fala"

Tu disseste: "Um dia fiquei sem nada.
Um mundo inteiro por descobrir"

Eu disse: "O que é que isso interesse?"

Tu disseste: "Nada..."

Tu disseste: "Agora procuro o designio da vida;
às vezes penso encontra-lo num bater de asas,
num murmurio trazido pelo vento, no piscar de um néon;
escrevo paginas e paginas a tentar formaliza-lo.
Depois queimo tudo e prossigo a minha busca.

Eu disse: "Eu nao faco nada.
Fico horas a olhar para uma mancha na parede"

Tu disseste: "E nunca sentiste a mancha a alastrar,
as suas formas num palpitar quase imperceptivel?"

Eu disse: "Nao. A mancha continua no mesmo sitio,
eu continuo a olhar para ela e nao se passa nada"

Tu disseste: "E no entanto a mancha alastra
e toma conta de ti, liberta-te do corpo. Tu é que nao ves"

Eu disse: "O que é que isso interessa?"

Tu disseste: "Nada..."